terça-feira, 22 de setembro de 2009

cansaço

um vento cansado ainda sopra meus cabelos já sujos
meu olhos sem esperança me assistem no espelho
pedindo por uma resposta que eu nunca chega

_____________ (houve um tempo em que abriu-se no meu peito um rio
_____________ profundo, de altas encostas,
_____________ no seu leito águas fortes e profundas)

ainda não sei o que mataste
mas do lado de cá existe metade vivo
carrego o luto de um morto-vivo

_____________ (numa noite as águas sumiram
_____________ não foi de seca nem foi aos poucos
_____________ foram de assalto subtraídas)


o que ainda vivo amor, preciso enterrá-lo vivo
porque viver na metade da ausência
é pior que morrer: é corroer o mundo aos poucos

_____________ (hoje o que sobrou desse rio
_____________ é traço vermelho que marca minha pele
_____________ cicatriz dessas águas impossíveis)



nem mesmo ter gasto todas as minhas palavras foi suficiente pra apagar alguns pensamentos que me visitam já tarde. Dividir esse sentir pode aliviar meu peito que ás vezes se aperta.

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