sábado, 11 de dezembro de 2010

Sorriso




O Sol sorri pra mim
Eu só rio pro Sol

O Sol só ri pra mim
E eu sorrio pro Sol

Ou só o rio pra mim
Eu só, rio e Sol

O Sol só riu pra mim
E eu sou rio do Sol


agosto 2008

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

a tempo

.
em um outro tempo eu diria que tento
em um outro tempo estaria mais lento
em um outro tempo seria só tormento
mas nesse tempo eu não sei se aguento

em um outro tempo havia muito cuidado
em um outro tempo era mais que amado
em um outro tempo eu sofria mais calado
mas nesse tempo estarei tão apaixonado

em um outro tempo nem...
em um outro tempo sem...
em um outro tempo, bem...
mas nesse tempo quem vem?
.

domingo, 5 de dezembro de 2010

abandono

_Sim, foi abandono. Não sei porque fiz isso, minhas dúvidas variam de vingança à altruísmo. Vou sempre fazendo as coisas. Apenas depois: paro, penso. Ao pensar acabo buscando alguns significados, explicações, quase sempre não são verdadeiras, busco as mais convincentes. Seria exaustivo explicar muito. Penso no abandono como algo sagrado, velado. Algo que se deve ser pensado, mesmo quando não, confesso, penso. O abandono é tão bonito, percebe? O abandono não exige aviso, não é precedido de promessa, consagrado de pureza. Ele é apenas o esquecimento acompanhado de muita lembrança. O abandono é o que dá vida. Quem já foi vitima dessa fonte de vida não mais o faz com o mais puro esquecimento. Passa a existir suor, fadiga, esforço físico. Abandono é água, morna.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

meio aqui



!
ei
sei
tentei
entendi
e já perdi
_
_

d
e
s
p
e
n
q
u
e
i
_
_

até
achar
com quem
.........subir
............... ¡



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ad sombras

I - o chamado


Quando estava ermo a caminhar

No prelúdio de um destino tentador

Seus passos começaram a vacilar

Pois um chamado fúnebre escutou

Mas o medo, todavia, postergou

E sorriu ao vislumbrar o opressor

Que nas mãos trazia ódio e vilania

Os ostentando no ápice da tirania

Onde a vida lhe atraiu por desventura

Para ao quedar-lhe iniciar sua loucura


(...)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

segundo bloco



deve ser muito fácil...pode ser muito
eu já não entendo... ou eu já entendi
olhei para o que tudo era... e o que é
decidi bem o que quero...mal sei que
não será diferente... e ainda é mesmo


.............................................. a esmo


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

perdição

pois um dia a maria
que não tinha regalia
me pediu para não rimar

e sem motivo de repente depois do sol e depois da lua
era eclipse
era poste vela lampião
eram pedidos de perdição em plena luz artificial

vieram em letras de máquina de escrever
cravadas em pele papel aço
muitas marcas em confusão de má datilografia
o papel fundo de uma fita que não possuía mais tinta

um apalpou a polpa
pegou o papel e alisou-o
colocou no bolso
e se perdeu

não (se) perca

domingo, 31 de outubro de 2010

base


eu me divirto com as pessoas erradas
o que não deve ser um erro tão grande
porque, acho que elas seriam apenas
pessoas que eu não podia estar com
porque, certamente, com quem estou
não acha que eu deveria estar... bem!

e que.....................................achar
não é.....................................o que
o erro.....................................tentar
de só.....................................sentir
 amor.....................................ao fim

certo estou de que continuarei a errar




domingo, 17 de outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

tenho tempo para você



não. tenho. tempo.
não... tenho tempo.

tenho tempo. para você!
tenho você... tempo para?

você tem o tempo para...
não.
para tempo!
você não.
eu?

eu tenho tempo para você


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

falatório-desnudo

gosto do gosto do céu. assim começou a vida e tudo que se fantasia ao redor dela. com palavras ditas desconexas, com palavras admiráveis. depois tudo se torna vazio, depois que se enche, depois que transborda. as palavras soltas continuam como rimas, sem as mesmas terminações, sem melhores combinações. porque palavras parecem mais bonitas quando se apresentam nuas de gramática. o verbo que foge do sujeito nunca estará só, e é fim. letras, palavras e pontuações. misturas exatas de areia, conchas e mar.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

apenas assim



alguém 
apenas assim
que tudo não está bem
e não precisamos fingir que está
pois sempre fica melhor quando falamos
ou quando não dizemos o que queremos
soltamos umas e outras palavras
já estamos conversando
apenas assim
ser feliz



terça-feira, 21 de setembro de 2010

c'est...

O seu sorriso
Das sinceras lacunas do amar
Nos funestos momentos em que furta o ar
Do vício, eterno
Em tempos que findam em solidão
Para nunca e sempre
Vingar-te o nascido sem emoção
No leito das dores, descontente
Que brotam e morrem...
Dia e noite
No coração, no coração...

---

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Chuva no Campanário

Se do breu nasce a luz
e da vida a morte
Ínfimo sofrimento o mártir reproduz
quando da causa se ausenta a sorte

Pois se o céu desfaz-se em agonia
quando a noite contempla o estuário
Para os santos as preces ficam frias
no pérfido leito de um campanário

Foi assim que da chuva fez-se as lágrimas
ocultas em véus de pecados inocentes
Nas desgraças e nos vícios de uma alma
cuja quimera é de um romance convincente

Mas uma vez que pensas num futuro fraudulento
Quando atentas para um conflito anterior
Por que tirar das palavras o pior intento
Que transforma em sangue e pó o teu amor?

e-mail

Algumas coisas insistem em ser complicadas, como um charme.


Em anexo
números devem permanecer até que sejam esquecidos 
removidos ou pedindo para contar
porque dizem que somem, mas continuam lá

Como resposta 
um charme, em silêncio 
na maior parte do tempo 
conquista sua volta 

 No rascunho
uma palavra e pensamentos 
incompletos, repletos, esbeltos 
e gelados

Uma surpresa e já não estou mais aqui
Outra teoria que bolamos e ainda guardo em mim


abs



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

rua

quando a rua
está vazia

quando a rua
está seca

quando a rua
está pura

nada mais resta,
paralelepípedo, terra, asfalto,
o nada,
e rua, apenas rua, barro úmido,
é rua, lá fora, apenas rua.


olhar para


uma hora em segundos
fugir tropeçando os olhos
para cair além do que vejo
e levantar com um sorriso
que puxa meus lábios para
prender os olhos inquietos
que já tentam fechar a boca
e, enfim, conseguir parar de
olhar você olhando para mim

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

dicionário

conceito

irrisório

vício, ignóbil, vicissitude, ignescente
desejo, macilento, doce, matreiro,
amor, orgulhoso, afável, indecente
despótica, condescendência, discurso, certeiro

veneno, venábulo, sentimento,


contraditório

domingo, 15 de agosto de 2010




por tanto
querer ido
a mim azar de
com esse ser
tão bem!
e feliz mente
mente a ira
com fim em
em ganhar
para ser


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Kimera




Uma página em branco. Era tudo o que tinha. Para o começo, aquilo era o fim. Passaram-se aproximadamente cinco anos para que seu talento pudesse ser aplaudido pelo público. Poderia somente lembrar do decorrer da arte pulsando entre os caminhos sanguíneos de seus manchados tecidos. Um truque de menos, uma ilusão a mais. O que aprendera não lhe fora ensinado; o segredo para a impressão resguardava-se no ímpeto de seu silêncio. Ainda era cedo, tão cedo que a armação de lona e tambique não tivera o interior explorado.



- Preste atenção -

Meus dias estão contados, estou correndo contra um vagão em movimento. O trem merece o repouso de meu polegar, não há luz, não há sombra, apenas o pensamento. Sem horas, por gentileza, todas de pé. Exatamente, vamos lá! Não se acanhem,
são
tão
belas
!


(...)