quarta-feira, 31 de março de 2010

adotado do baam-baam.blogspot.com

Às vezes confunde,
dá nó.
Às vezes é culpa da certeza,
às vezes não tem culpado.

Tem dia que o sol é luz,
tem dia que o sol é fogo.
Tem coisa que parece estar ao avesso,
errado.

A tinta, tem papel, que escorre.
O papel, tem caneta, que é tinta.
Mistura, certeza, inconstante:
é vida, é vida.

domingo, 28 de março de 2010

papel



"
28/03/10
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Folhinha tilibra amarela,
escrevo em ti porque te gosto,
suas firmes linhas me lembram juventude,
seu amarelo quase-vivo, amadurecimento.

Folhinha, eu te rabisco toda
porque se eu fosse você não iria querer ser só amarela;
porque sou só rabisco,
e me rabisco,
para não ser só "possibilidade".

Se um dia, folhinha, eu for amarelo,
folha,
carimbado,
peço que não deixe nem a última linha livre.
Liberdade há de ser mais do que vazio.
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Rodrigo Sampaio da
Silva
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."

domingo, 21 de março de 2010

Nico

Cansou de brincar comigo e agora quer que eu volte para casa correndo.

Eu sei que nunca vou ser aquele que vai dormir ao seu lado. Este espaço de sua cama já pertence a outra pessoa. E eu nem tenho como pedir nada. Sei muito bem quem sou e isso não seria correto...

Vou para casa. Ficarei esperando quietinho até você aparecer novamente.

quarta-feira, 17 de março de 2010

kiss me, but not here


- Hum... então... eu vou ter que ir, vocês vão para lá também ou vão...
- Não, vamos ficar mais um pouco aqui.
- Ah, certo. Bom, vou para casa, então. Beijos!
-Tchau! Beijo!


- Então...
- Ahmm...
- Er...

Oh oh you can kiss me, but not here


quinta-feira, 11 de março de 2010

quase-uma-fábula (sim, fábula)

Um dia, sem chuva e sem sol, ela chegou para o menino sardento e disse que o amava,


desde então aprendeu a amá-lo, porque queria cuidar dele, queria fazer dele sua cria, queria carregá-lo dentro de si para sua proteção, mesmo sabendo que



não o amava. Amor era muito, e ela sabia que não podia sentir aquilo tão cedo, mas queria amar, então resolveu projetar o sentimento gigante. Ele, sorridente,

disse que namoraria com ela, aceitaria. Ele tinha ouvido falar sobre amor, mas sabia que ainda não sabia o que era, então



a amou em palavras, repetia frases de filme e as vezes entregava poemas dos mais diversos temas, não sabia de que livro deveria copiá-los. Sabia



brincar de amar, como quem brinca de se esconder, se escondendo dela a cada encontro. Com sorte, fazia ela rir dos poemas mais diversos, não sabiam o que era o amor, e descobririam mais tarde que ninguém sabe,



descobririam que o amor não existe, porque apenas existe, e ele é pouco: gigante.



Um outro dia de chuva e sol se encontraram, ele não disse nada porque tinha tomado consciência de que o amor acaba. Ela, rubra, sabia da separação dos pais de sua cria e o abraçou, dizendo baixinho: "o nosso é amor, o nosso é sim".



Sabe-se que ela não sabia o que era amor, ela mesmo sabia, sim, mas além de saber disso sabia também que não queria seu menino chorando em um ombro qualquer.

domingo, 7 de março de 2010

tarde


Eles não tinham mais mesas. Nosso café já começava a esfriar e o gás escapava lentamente daqueles copinhos. Seus olhos mantinham todo o meu corpo quente. As palavras eram refrescantes e necessárias. Um minuto de silêncio e meu coração seria apenas vapor.

É extremamente difícil falar com esses seus olhos...
e ainda temos que procurar cadeiras...
mas eu acho melhor a gente...
sobre o que eu falei e...
está ficando tarde...
acho que...
você...
...
..
.