sábado, 29 de agosto de 2009

Não, não? (B - 1)

Devo ter sido bem idiota quando falei que não deixaria você em paz. Sua presença em minha mente agora é o castigo que estou pagando por isso, não é?
Ah... bem que você poderia aparecer mais uma vez... seu jeito tão calado... tão bonito quando fica todo vermelhinho!

Essa sua expressão contínua deixa-me muito irritada! Tenho vontade de dar-lhe um tapa para ver se aparece alguma mudança em seu rosto. Quase meia hora (acho) perdida conversando com você, apenas um estranho! Esperando alguma reação... e nada! Não sou acostumada com isso. Gosto de conseguir o que quero. E com você eu não sabia nem o que queria.

O que mais quero agora é encontrar você outra vez. Não sei para quê, mas é o que desejo. "Sim, sim. Sim, sim. Sim, sim" é tudo que eu consigo ouvir ecoando agora em minha cabeça junto com sua imagem caminhando pelos corredores desse shopping vazio. Sou uma completa idiota, com perguntas totalmente bobas. O que mais eu poderia esperar ouvir como resposta? "Sim, sim." Sim, foi o que mereci. Você falou mais algumas coisas... mas eu não conseguia entender nada enquanto procurava por seus olhos.

Eu queria mais. Posso ter sido insuportável naquele dia, muito inconveniente. Não tinha mais muitas esperanças... fiz a última pergunta, não tinha mais tempo. Em alguma ferida eu toquei ou algum outro ponto devo ter acertado. Seu rosto ficou todo vermelho e seus olhos alcançaram os meus pela primeira vez.

Meu olhar queria continuar de mãos dadas com o seu. As mãos dos seus olhos suavam muito. Estavam tremendo e não conseguiam ser mais fortes do que a força dos meus amigos que puxavam-me para dentro da festa. A certeza de uma lágrima teria força suficiente para me deixar ali parada, mas você negou seus olhos e guardou-se em sua individualidade novamente.

Hum... devo estar ficando louca mesmo para imaginar você correndo no shopping... ou... não! Seria ridículo. Ridícula sou eu, imaginando coisas! Mas... não está correndo em minha direção como deveria imaginar... De tanto pensar, você resolveu aparecer de verdade? E eu estou deixando você fugir? Já está meio longe... eu não conseguiria alcançar. Correr atrás de você seria ridículo. Ainda mais em um shopping! Não... não irei fazer isso!

... sou uma ridícula!

8 comentários:

  1. Você não é rídicula! Só está apaixonada e sabe dos riscos e das alegrias de viver esse amor. Gostei do tom intimista do texto!

    Abraço,

    http://cafecomnoticias.blogspot.com

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  2. "E com você eu não sabia nem o que queria"

    Hahaha, essa parte definiu tudo, ou quase tudo!
    Gostei bastante, muita descrição, adoro isso.
    Sem contar a boa composição do texto!
    Muito bom mesmo; li outros textos tbm e gostei.
    Já estou seguindo e voltarei sempre!

    Grande beijo!

    P.S: Posso Linkar o blog no meu? Assim fica mais facil ver as atualizações ^^

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  3. muito, muitoo bom o texto. Amei de verdade!

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  4. Eu li o anterior sim ^^
    Mas não esperava por uma terceira definição.
    Pensei que teria uma continuidade ainda na visão dos dois.


    O fundo preto é proposital! E até entendo que ele te encomode, as vezes até eu me encomodo um pouco, ainda mais depois de sair de um blog de cor clara...
    Já linkei!

    Grande beijo

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  5. Muuuuito bom!
    Gosto de textos como este... instigantes, desconsertantes, tão humanos.
    Até parece que somos o narrador, isso é um dom!
    Abraço

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  6. Todo mundo fica um pouco ridículo quando está amando!

    Já tinha passado aqui antes... Me amarro nesse blog! Tô seguindo...

    Abração!

    Marcelo
    www.marcelo-antunes.blogspot.com

    P.S.: Problema em te linkar lá no meu "Diz"?!

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