quarta-feira, 16 de junho de 2010

do fundo da alma

Alma... Que alma?
Eu estava vazio.

"Prometa-me que vai realizar todos os nossos sonhos."

Ela nunca percebeu quão grande era o seu desejo. Quando você perde o que mais ama, não lhe restam sonhos ou esperanças.
Tudo são trevas e silêncio. Eu adentrei o trailer excêntrico e organizado, não compreendi por que tudo continuava como estava antes. Olhei pela janela da cozinha, vislumbrei o sol poente. Como era possível que o tempo continuasse passando? Observar as pessoas sorrindo, ouvir o gorjear dos pássaros. O mundo nunca pareceu tão injusto. Toda aquela felicidade perdia o sentido diante da dor que crescia gradativamente em mim.

"Uma última dança."

Nossos lábios se uniram no beijo da morte, mas custei a entender o significado desse gesto. Os dias passavam lentos, as vozes eram sempre iguais, de timbres distantes. Os rostos pálidos espiavam pela janela, os rostos não mais pintados e as flores agora secas. Desenhei meu nome e o dela em todas as paredes, nada acontecia. Percebi que o meu eu estava há
muito morto, e nela enterrado.

- Qual o seu nome, senhor?



''Eu sei e você sabe já que a vida quis assim...''

5 comentários:

  1. Jess, você escreveu. *-* Lindo!
    Aos que nunca sentiram tal perda é possível imaginar a dor... Apenas imaginar.

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  2. "...que nada nesse mundo levará você de mim."

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  3. Stephen, Stephen, Stephen. Oh. *-*
    Eu queria tanto conhecê-lo mais. Ele é uma parte sua e uma parte linda. Esse é o mais... tocante dos textos. Gostei muito. :)

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  4. *---* Muuuuitoo Lindo !
    Ameei o texto e a imagem que combinou perfeitamente...

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