domingo, 27 de dezembro de 2009

O vento na nuca lhe aliviava o cansaço, o ardor na pele, a fraqueza dos ossos. O vento declarava a passagem das estações e com elas o tempo ia. O vento parou e um moço se acomodou ao seu lado, parecendo pluma, parecendo pedra.
O silêncio logo se firmou, não havia folha, cascalho ou areia em movimento. O silêncio era quebrado, apenas, pela respiração. O silêncio que tanto incomodava logo consagrou a cumplicidade, agora eram cúmplices do desconhecido, cúmplices que nem sabiam se olhar.
O tempo passava e nenhum gesto era feito. O tempo escorria enquanto os olhos tinham medo de enxergar. O tempo parava, corria, dançava, fazia de um tudo enquanto os corpos continuavam estáticos, em sincronia de não-movimento.
A eternidade se firmou em alguns minutos. A eternidade é falha, é gasto, é dissipação. A eternidade é um golpe, ilusão.

2 comentários:

  1. tudo o que vc escreve me faz sentir algo, e eu nunca consigo explicar bem o q é :/

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  2. tudo o que vc escreve me faz sentir algo, e eu nunca consigo explicar bem o q é :/

    ...

    Mais que é bom sentir '-'

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