segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

L'Apollonide

Não sei quem falou. Ninguém sabe quem falou. Porque? Porque ninguém falou. Ninguém precisa falar para que eu note seus olhos lacrimejando sêmen. E você pensa que são lágrimas, pensa que está viva, pensa que tem alguém falando por aí. Apollonide, querida, seus olhos são rios intermináveis. Brancos. Rios Brancos. Ninguém mais está te vendo, você sangra enquanto chora o leite que te banhou vejo na cama uma faca algemas o que fizeram com você? São muitas perguntas soltas, a falta de resposta machuca, seus olhos escorrendo motivos, explicações, deduções. Eu poderia contar sua vida inteira apenas pela espessura dessas gotas pesadas que pingam de seu rosto, eu poderia inventar milhares de motivos, dar mais razão para isso que lhe escorre em gotas, vida. Doce Apollonide, não se importe. Porque o importar não é mais um direito seu (não há nada mais que lhe importe).
Terno beijo,


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