terça-feira, 14 de setembro de 2010

Chuva no Campanário

Se do breu nasce a luz
e da vida a morte
Ínfimo sofrimento o mártir reproduz
quando da causa se ausenta a sorte

Pois se o céu desfaz-se em agonia
quando a noite contempla o estuário
Para os santos as preces ficam frias
no pérfido leito de um campanário

Foi assim que da chuva fez-se as lágrimas
ocultas em véus de pecados inocentes
Nas desgraças e nos vícios de uma alma
cuja quimera é de um romance convincente

Mas uma vez que pensas num futuro fraudulento
Quando atentas para um conflito anterior
Por que tirar das palavras o pior intento
Que transforma em sangue e pó o teu amor?

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