sábado, 14 de novembro de 2009
ligações (parte 3)
O telefone vermelho voltou a tocar meses depois, mal sabia-se que era a última vez:
_alô?
_Iolanda?
_sim, quem fala?
_não reconhece mais minha voz?
_a voz reconheço, me lembra um rosto, mas não sei quem é a dona desse rosto.
_Iolanda... acabei o casamento.
_fico feliz por você, e por ele também.
_Iolanda... eu quero te ver.
_me ver? para que você quer me ver?
_porque eu estou com saudade, terminei o casamento por você.
_eu não te pedi isso, eu nunca te pedi para terminar o casamento. não foi por mim que você acabou o casamento, você sabe disso.
_eu quero te ver.
_mas eu não posso.
_você está com outra pessoa?
_desculpa... eu não quero.
_você não me ama mais?
_não sei, mas eu não quero. posso até amar, mas não fico mais ofegante esperando uma ligação sua.
Iolanda bateu o telefone, arrancou-o da tomada e o jogou pela janela com um bilhete "Eis aqui toda a minha cor, antiga. Eis aqui o que fui por meses. Eis aqui o que não posso mais ser". O telefone caiu aos pedaços na calçada e Iolanda saiu, de roxo, ao encontro de uma nova paixão. O amor sempre fora calmo demais para ela, bela Iolanda.
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Ah gostei da continuidade [ou fim? pois poderia ter ainda uma história pra contar].
ResponderExcluirAmor é uma coisa, paixão é outra.
Um erro confundi-los. E talvez foi isso que atrapalhou a personagem.
Grande beijo
Luiza! não cheguei a pensar em uma confusão da personagem, mas quem sabe não seja mesmo uma confusão... gostei! :)
ResponderExcluirbeijo
Liindo *---* Mais eoo axei bem complexoo
ResponderExcluirI que personagemm doidaa.. E se ela acertasee a cabeça de alguem na rua?
HASIUAHSIAUSH Viajeii, Muiito lindo
Ana Castanheira! hahaha, adorei o comentário. imagine um desastre?
ResponderExcluirBelas cenas normalmente estão contempladas com riscos! hahaha
^^