Às vezes confunde,
dá nó.
Às vezes é culpa da certeza,
às vezes não tem culpado.
Tem dia que o sol é luz,
tem dia que o sol é fogo.
Tem coisa que parece estar ao avesso,
errado.
A tinta, tem papel, que escorre.
O papel, tem caneta, que é tinta.
Mistura, certeza, inconstante:
é vida, é vida.
quarta-feira, 31 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
papel
"
28/03/10
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Folhinha tilibra amarela,
escrevo em ti porque te gosto,
suas firmes linhas me lembram juventude,
seu amarelo quase-vivo, amadurecimento.
Folhinha, eu te rabisco toda
porque se eu fosse você não iria querer ser só amarela;
porque sou só rabisco,
e me rabisco,
para não ser só "possibilidade".
Se um dia, folhinha, eu for amarelo,
folha,
carimbado,
peço que não deixe nem a última linha livre.
Liberdade há de ser mais do que vazio.
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Rodrigo Sampaio da
Silva
.
."
sábado, 27 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
Nico
Cansou de brincar comigo e agora quer que eu volte para casa correndo.
Eu sei que nunca vou ser aquele que vai dormir ao seu lado. Este espaço de sua cama já pertence a outra pessoa. E eu nem tenho como pedir nada. Sei muito bem quem sou e isso não seria correto...
Vou para casa. Ficarei esperando quietinho até você aparecer novamente.
quarta-feira, 17 de março de 2010
kiss me, but not here
quinta-feira, 11 de março de 2010
quase-uma-fábula (sim, fábula)
Um dia, sem chuva e sem sol, ela chegou para o menino sardento e disse que o amava,
desde então aprendeu a amá-lo, porque queria cuidar dele, queria fazer dele sua cria, queria carregá-lo dentro de si para sua proteção, mesmo sabendo que
não o amava. Amor era muito, e ela sabia que não podia sentir aquilo tão cedo, mas queria amar, então resolveu projetar o sentimento gigante. Ele, sorridente,
disse que namoraria com ela, aceitaria. Ele já tinha ouvido falar sobre amor, mas sabia que ainda não sabia o que era, então
a amou em palavras, repetia frases de filme e as vezes entregava poemas dos mais diversos temas, não sabia de que livro deveria copiá-los. Sabia
brincar de amar, como quem brinca de se esconder, se escondendo dela a cada encontro. Com sorte, fazia ela rir dos poemas mais diversos, não sabiam o que era o amor, e descobririam mais tarde que ninguém sabe,
descobririam que o amor não existe, porque apenas existe, e ele é pouco: gigante.
Um outro dia de chuva e sol se encontraram, ele não disse nada porque tinha tomado consciência de que o amor acaba. Ela, rubra, sabia da separação dos pais de sua cria e o abraçou, dizendo baixinho: "o nosso é amor, o nosso é sim".
Sabe-se que ela não sabia o que era amor, ela mesmo sabia, sim, mas além de saber disso sabia também que não queria seu menino chorando em um ombro qualquer.
desde então aprendeu a amá-lo, porque queria cuidar dele, queria fazer dele sua cria, queria carregá-lo dentro de si para sua proteção, mesmo sabendo que
não o amava. Amor era muito, e ela sabia que não podia sentir aquilo tão cedo, mas queria amar, então resolveu projetar o sentimento gigante. Ele, sorridente,
disse que namoraria com ela, aceitaria. Ele já tinha ouvido falar sobre amor, mas sabia que ainda não sabia o que era, então
a amou em palavras, repetia frases de filme e as vezes entregava poemas dos mais diversos temas, não sabia de que livro deveria copiá-los. Sabia
brincar de amar, como quem brinca de se esconder, se escondendo dela a cada encontro. Com sorte, fazia ela rir dos poemas mais diversos, não sabiam o que era o amor, e descobririam mais tarde que ninguém sabe,
descobririam que o amor não existe, porque apenas existe, e ele é pouco: gigante.
Um outro dia de chuva e sol se encontraram, ele não disse nada porque tinha tomado consciência de que o amor acaba. Ela, rubra, sabia da separação dos pais de sua cria e o abraçou, dizendo baixinho: "o nosso é amor, o nosso é sim".
Sabe-se que ela não sabia o que era amor, ela mesmo sabia, sim, mas além de saber disso sabia também que não queria seu menino chorando em um ombro qualquer.
domingo, 7 de março de 2010
tarde
Eles não tinham mais mesas. Nosso café já começava a esfriar e o gás escapava lentamente daqueles copinhos. Seus olhos mantinham todo o meu corpo quente. As palavras eram refrescantes e necessárias. Um minuto de silêncio e meu coração seria apenas vapor.
É extremamente difícil falar com esses seus olhos...
e ainda temos que procurar cadeiras...
mas eu acho melhor a gente...
sobre o que eu falei e...
está ficando tarde...
acho que...
você...
...
..
.
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